sábado, 2 de fevereiro de 2008

LET’S GO MURPHYS! Clap Clap clapclapclap

Ontem tocaram os Dropkick Murphys no Madela Hall (aka cave da Associação Académica). Para quem não sabe, o bilhete foi-me oferecido pelos anos, pelo pessoal de Erasmus mas eu acabei por ver o concerto com os meus amigos brummies (=de Birmingham) porque dos Erasmus, só o Coney gosta de punk e não tinha dinheiro para o bilhete. De qualquer das formas, o concerto esgotou e os meninos de Boston não desiludiram ninguém. Belfast esteve ao rubro. Também, é difícil imaginar um público mais receptivo a uma banda punk de influências irlandesas. E os Murphys sabem muito bem disso e por isso encheram o alinhamento com as suas músicas mais “kélticas” (e sejamos francos, uma gaita-de-foles e um fiddle ficam sempre bem). Ao fim das 2h de concerto, eu estava completamente morta de tanto saltar mas estava disposta a tentar aguentar mais 2!

LET’S GO MURPHYS! Clap Clap clapclapclap
LET’S GO MURPHYS! Clap Clap clapclapclap
LET’S GO MURPHYS! Clap Clap clapclapclap

Alguns apanhados da noite:

1) Chego à porta da Students’ Union e o segurança vira-se para mim e pede “ID”. Lembrei-me que alguns concertos estão reservados à comunidade estudantil e pensei que ele estava a pedir o cartão de estudante. O problema é que eu não tinha nada comigo, nem documentos, nem dinheiro ou telemóvel. Disse que não tinha trazido nada comigo e perguntei se precisava mesmo de mostrar identificação (porque eu não me lembrava de ter visto nenhum aviso sobre este concerto ser só para estudantes de Queen’s). Ele resmungou um pouco em voz baixa e pronúncia indecifrável, olhou para mim de cima a baixo umas 20 vezes e acabou por me deixar passar com aquele ar de: “vá lá, entra lá, mas não devias! Só te deixo passar porque ninguém está a ver e pareces boa rapariga”. Desci as escadas e quando estava a entrar mesmo no recinto é que me lembrei que o concerto não era restrito à comunidade estudantil, mas sim que era proibido a menores de 18 anos. Fiquei com pena de não ter levado o BI. Teria sido giro ver a reacção dele ao ver a minha idade.
2) Uma rapariga conseguiu subir para o palco trepando literalmente pelas pernas do baixista. Reacção dele: Yes? (ela põe a mão, sem querer, numa zona mais privada, quando se está a tentar pôr de pé) Ooh! Nice to meet you. (vira-se para a audiência) I should come here more often!
3) Invasão de palco (uma das 3 da noite) e o baixista dá o microfone a um grupo de raparigas, uma delas era uma daquelas dondocas que arranca as sobrancelhas todas e depois desenha dois riscos a meio da testa e vai de salto agulha, saia travada e malinha de mão fina para um concerto punk. Anyway, não reparei quem colocou o micro no meio das mamas dela, mas ele divertiu-se imenso a cantar um bom pedaço da música assim.

I’m a happy bunny!! :-D

Cai neve,
cai neve,
cai neve no jardim,
branquinha cobre o chão e então,
tudo é branquinho assim,
branquinha cobre o chão e então,
tudo é branquinho assim

Os boletins metereológicos prometeram neve para esta sexta e sábado e portanto, eu enchi-me de esperanças de ver, pela primeira vez na vida, nevar.
Quinta, quando saí da aula de American Noir (excelente professor e turma) nevou um pouquinho. Mas foi tão leve que não cobriu nada o chão de branco e como fez sol logo a seguir, 10 minutos depois já não havia qualquer vestígio de ter sequer chovido. Mas fez-me o dia na mesma. Toda a gente a queixar-se do frio e eu com o sorriso mais estúpido estampado na cara. Esperei então pelo nevão na sexta. O dia passou com uma espécie de neve-molha-tolos mas nevou a sério durante o concerto dos Murphys. Quando saí da Students’ Union estava tudo branquinho e estava tudo a brincar com a neve. Fiz os meus primeiros anjos na neve dos jardins da Universidade e andei à luta com bolas de neve. A Genevieve tirou algumas fotografias que eu talvez poste aqui mais tarde. Depois, fui para casa, aqueci o jantar que cozinhei antes de ir para o concerto (wise decision), pus a minha roupa toda a secar no aquecedor, comi calmamente, vesti-me de novo, calcei as galochas e fui passear pela cidade.
E para coroar uma noite perfeita (Murphys+Snow) fiz uma rápida visita ao Bus SOS Stop, um autocarro que está parado todas as sextas e sábados à noite, em Dublin Road, com ambulância e médicos para quem precisar e chá, café, leite, bolachas e chocolates à borla para quem quiser. É indescritível como sabe bem beber chá quente numa rua toda branquinha. Estes últimos 3 dias estão a ser dos melhores que já passei aqui. Tenho conhecido imensa gente, estou a adorar as aulas, vi um concerto fabuloso e nevou!! I’m a happy bunny! Or tiger! Whatever! I’m a happy zoo!!!